História da Paróquia
História da Paróquia

História da nossa Paróquia

 

 

Este é um resumo da história da nossa paróquia, que vamos dividir em duas partes:

 

1ª parte - A paróquia

2ª parte - Os párocos a partir do século XX (até aos nossos dias)

 

1 – A Paróquia

 

Segundo nos informa o cronista Joaquim Cândido Abranches, por notícia colhida de um antigo livro do Tombo, hoje desaparecido, a primitiva Igreja de Nossa Senhora dos Anjos ficava situada um pouco acima da atual, no mesmo lugar onde no século XIX, existia uma quinta, pertencente a Manual Inácio da Silveira e próxima do Torreão.

Ereta em 1532, para fazer face às necessidades espirituais do pequeno núcleo populacional, que começava a desenvolver-se, essa Igreja “erma e longe” e por ser de reduzidas dimensões, era mandada demolir poucos anos depois.

A notícia coeva mais antiga de que dispomos acerca desta Paróquia, é uma Carta de 30 de Julho de 1568, revelada pelo historiador terceirense Francisco Ferreira Drumond. Daí consta que o Vigário passou a receber mais 10$000 de côngrua além dos 10$000 que já recebia.

Na data em que Gaspar Frutuoso escreve as “Saudades da Terra”, já existe uma Igreja nova, para cuja Fábrica são concedidos 5$000, o que de certo modo nos permite crer que ainda por essa altura se arrastavam as obras de acabamento.

Interessante seria se divagássemos um pouco numa espécie de viagem através do tempo e nos detivéssemos antes nesse minúsculo povoado de há quatrocentos anos, rodeado por amplos vinhedos centro principal de ocupação dos seus 182 habitantes. Por entre o aglomerado informe de umas quarenta casas rústicas e pobres, assoma aqui e além uma ou outra de maior vulto, propriedade de gente de algo da jovem e curiosa cidade de Ponta Delgada.

Até ao ano de 1585, conforme o testemunho de Gaspar Frutuoso, a Paróquia já havia conhecido cinco Vigários, a saber, Jorge Fernandes, João Afonso, António de Bastos, Roque Coelho de Medeiros e Baltazar do Monte.

Daqui até 1630, vive-se uma época que ninguém se lembrou de assinalar ou, se o fez, a cavalgada dos anos apagou. Desse ano, um esporádico documento transmite-nos que era Vigário o Padre Sebastião Machado de Leão e que este recebia a côngrua de 35$000, acrescida de mais 3$000 da Capela dos Infantes. Em 1662 a população já se elevava a 274 almas de confissão, com 78 fogos. No ano de 1725 despendiam-se 128$000, com a aquisição de 10 libras de prata, além de mais de 20$000, pagos ao ourives pela confeção de uma lâmpada de prata para a Capela do Santíssimo Sacramento, e que tudo leva a crer que seja a que ainda hoje se encontra na mesma Capela. Cinco anos mais tarde, era o Vigário Padre Manuel Pestana Pimentel, que recebia a importância de 11$000 e seis moios de trigo.

Por volta de 1734 é criado um curato de Nossa Senhora da Oliveira, na mais tarde Freguesia da Fajã de Cima, cujo Vice-Vigário toma posse a 13 de Julho de 1734. Fica desmembrado o serviço paroquial, mas isso não obsta a que toda a Freguesia siga com entusiasmo a ereção de um novo templo a Nossa Senhora dos Anjos, construído sobre as ruínas do anterior e dado por pronto no ano de 1791, segundo inscrição que se insere na fachada atual do nosso Templo.

Em 1825 a Fajã de Cima eleva-se à categoria de Paróquia e de Freguesia. Em 1848 deu-se nesta Igreja um violento atentado. Alguém que nunca chegou a ser identificado, introduziu-se no Templo e cometeu o abominável ato de violar o sacrário. Dom Frei Estevão aproveitou o ensejo para publicar uma Nota Pastoral, especialmente dirigida aos seus diocesanos da Fajã de Baixo.

Dos Livros de Registo da Paróquia, existente no Conservatório do Registo Civil de Ponta Delgada, para onde foram em 1911, com a implantação da República, deduz-se que já no ano de 1868 se encontrava nesta freguesia o Padre António José dos Anjos, o último dos Vigários colados desta Paróquia. (Do “Livro do Tombo” da Igreja Paroquial)

 

2 – Os Párocos a partir do sec. XX

 

Até 1912 dirigiu a Paróquia o Pe António José dos Anjos. A partir daquela data e entre 1912 e 1915 a paróquia é sucessivamente entregue a cinco vigários ecónomos: padre José Augusto Pereira(qu efoi cónego e presidente do cabide da Sé de Angra do Heroísmo), António Hernesto Rodrigues, António Rey, João dos Santos Furtado e Evaristo Máximo do Couto.

Em 1920, transferido da freguesia das Feteiras, é nomeado o Padre José Lino dos Anjos, irmão do Padre António José dos Anjos, que aqui paroquiou durante 16 anos.

Sucedeu-lhe o Padre Edgardo Benedito Castelo Branco.

Com data de Novembro de 1949, é nomeado o Padre Manuel Pacheco Câmara, que iniciou as grandes obras de reconversão da Igreja.

Em 13 de Agosto de 1955 o Padre José Ribeiro Martins recebia a nomeação para pároco desta Freguesia. Aqui se manteve durante 22 anos, após o que foi nomeado prior da Matriz de Ponta Delgada. Sua Santidade o Papa João Paulo II distinguiu-o com o título de Monsenhor. O Padre José Ribeiro Martins imprimiu uma forte ação pastoral, junto das crianças, jovens e adultos, através da implantação de todos os movimentos existentes, o que influenciou profundamente a fé de várias gerações. O Padre José Ribeiro foi Diretor Espiritual dos Cursos de Cristandade ,desde o início e durante muitos anos. Inaugurou o Centro Social e Paroquial da Fajã de Baixo.

Entre 1965 e 1967,e posteriormente entre 1970 e 1972, O Padre Libório Jacinto Tavares exerceu as funções de Vigário-Cooperador.

Em 1974 esteve na nossa Paróquia o Pe Manuel da Costa Nunes Freitas, como pároco, cerca de um ano, tendo o Padre José Ribeiro Martins voltado à Paróquia, após ter exercido funções a nível da Pastoral Diocesana, em Angra do Heroísmo.

Em 31 de Dezembro de 1977, foi nomeado pároco, o Padre João Maria Tavares de Brum, tendo aqui se mantido durante 17 anos. O Padre João Maria dando continuidade ao trabalho realizado pelo Padre José Ribeiro, não deixou de dar o seu cunho pessoal à vida da paróquia, sobretudo junto da juventude, onde se destaca a fundação de um agrupamento de escuteiros. Muito atento à cultura e tradições da comunidade, tentou conciliar a religiosidade popular com a fé cristã. Marcou também a vida da comunidade, através de muitas atividades não só religiosas, mas culturais, como seja o grupo folclórico.

Sucedeu-lhe, em 1994 após vários protestos da população, o Padre Francisco Valadão, que esteve connosco cerca de 4 anos.

Em 1998 foi nomeado pároco desta freguesia o Pe João Carlos Freitas Costa, pessoa muito extrovertida, tendo exercido o seu múnus durante cerca de 2 anos, altura em que foi cumprir uma missão nas Bermudas.

Em 2000, foi nomeado o Padre Victor Vicente Arruda, natural da Bretanha. Assistente e Diretor

Espiritual do Movimento dos Cursos de Cristandade durante vários anos, e Conselheiro das Equipas de Nossa Senhora. A sua ação pastoral foi sobretudo dirigida ao contacto com a Palavra de Deus (através da leitura e reflexão da Bíblia), tendo mantido, durante os anos que esteve na paróquia, uma Escola Bíblica que funcionou semanalmente. Defendeu convictamente que a Palavra de Deus, o Pão e o Amor ao Irmão constituíam a trave mestra do cristianismo. Tal entusiasmo imprimiu nas suas reflexões dominicais, que por vezes o povo batia palmas. A partir de 4 de Setembro de 2004, passou a ser também pároco dos Milagres, Arrifes. Em 2006 deu início às obras de remodelação e conservação da Igreja, que estava em muito mau estado de conservação, tendo o Templo sido reaberto a 25 de Março de 2008, com a presença do Sua Excelência Reverendíssima, D. António Sousa Braga, o Presidente do Governo Regional e a Presidente da Câmara de Ponta Delgada, bem como demais entidades locais. A imagem da Padroeira foi também restaurada.

A 16 de Setembro de 2012 iniciou as funções de pároco, o Padre Paulo Borges. Natural da Ribeirinha, após ter estado um ano na paróquia de São José de Ponta Delgada, cinco anos nas Paróquias de Remédios, Ajuda e Pilar da Bretanha e os últimos 6 anos, na Igreja de Nossa Senhora da Saúde, Arrifes. O Padre Paulo exerce também funções de capelão no Hospital do Divino Espírito Santo em Ponta Delgada.

A 16 de setembro de 2018 iniciou as funções de pároco o Padre José Paulo Machado. O Padre José Paulo Machado nasceu na  vizinha freguesia de Fajã de Cima, a 4 de agosto de 1970, foi ordenado sacerdote a 18 de junho de 1995. Na Ilha do Pico, foi pároco na  Prainha do Norte , Santo Amaro e Madalena de 1995 a 1997. Foi Vigário Paroquial de São José , em Ponta Delgada, entre 1997 e 1998. De seguida foi para Santa Maria, sendo   Pároco de Vila do Porto  de 1998 a 2000, tendo depois vindo  novamente para Ponta Delgada onde foi Pároco de 2000 a 2010 na Freguesia de Santa Clara, sendo  também Assistente Espiritual de da Casa do  Gaiato de 2000 a 2004 e Capelão da Clínica do Bom Jesus de 2002 a 2010. Em 2010 foi para  a Diocese de Lisboa onde começou a prestar serviço  como Colaborador da Paróquia de Santo António do Estoril até 2015, tendo sido nomeado Pároco de Alcabideche, função que desempenhou desde Setembro daquele ano, até via para a nossa Freguesia . Em 2013 completou o Mestrado em Ciências da Comunicação, Media e Jornalismo, e em 2015 completou o doutoramento em Ciências da Comunicação pela Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa.